28/05/2010

Gente

Como tudo é avesso,estranho é ser gente.Pensar que existe,chorar quando triste.A cabeça quente,olhar travesso e o estômago, este pelo avesso.Queria eu saber o segredo de ficar feliz, de não desagradar as pessoas,de não magoar e nem mesmo se lamentar.Queria eu como gente,ser sempre gentil e suave.Ah! a suavidade,quem dera...minha cabeça zonza.Tenho sentido a sensação de estar grudada em uma teia de aranha com as patas da viúva negra que me arranham e zombam do meu estado de presa em novelo...ou enrolada em uma novela ou seria em uma novena?gente tem mente e vez em quando mente.E na minha mente parece que não hà mais riso,nem diversão e muito menos conforto como coisa de gente que exige e tem vontade e fica com a vida suspensa enquanto espera.Parece que não vive,pois são tantas as talvez expectativas,que o momento presente se torna a tortura aparente,que talvez nem exista,seja apenas o que criou em sua mente de gente.

20/05/2010

Des Maio

Como tudo parece seguro,paranóico e oco,estou no calar da noite fria como quem se esconde para fugir de si,com medo dos medos presentes mal embalados me embrulhando o estômago amargo...sem banho arrebato o ranho do rosto inchado com ar medonho de quem nem sequer tem sonho,vive o que é possível num manso riso tristonho de pedra,peixe e mal tamanho,assombrada com a cor do sol poente certa de que está doente de saudade do filho ausente...mãe distante,diletante sem sequer enxergar o brilho da lua que grita em sua direção como um calmante e caminha com vontade de se jogar no mar, na rua e no ar,sem ninguém notar,achando que nada com pressa vai chegar a não ser que o mar vire um lago no seu peito e a lua torne a reluzir e de maneira funda sua alma enxergar e com ela aquela alegria de cordel que custa acreditar,num passo firme de novo a embriagar...cansaço de si mesmo,estupidez de achar que existe um ser feliz...tudo é sempre a mesma coisa,não creia que algo muda,queira o fim ou espere por mim...

07/05/2010

O nada ou quase

Devo me embriagar de quase tudo ou quase nada,do que for preciso mesmo que viver seja necessário ou quase.Sede de um sentir sagrado,imenso, transido de alegria ou nada.De escrever em tua pele e enfeitar teu jantar de tudo ou quase nada.Baratas do meu quarto,milhões em meu sonho que só conto com a janela aberta se quiser ouvir ou é assim ou nada.Aqui abro minhas mãos e afundo no espelho de alice,sorrindo com o gato ou comendo biscoito mágico ou é isto ou aquilo,mas é sempre uma coisa a corroer por dentro o que não se vê por fora,é sempre um olhar de estanho e um socorro enfadonho,confuso,sem fuso ou quase tudo.Desmaio,desmantelo das horas passantes a reduzir a inspiração errante,incomensuravelmente vil e diletante.Palavras que mimam que choram,escorregam,machucam como quem dormiu e não viu e passou e de mãos dadas passeia por este momento sem nexo,dilexico.Nudez sem sexo,momento que reflete o rosto a olhar vivo e perplexo como quem seguiu o coelho e não caiu na maravilha do oco do buraco sem elo,com biscoito,xarope e caramelo.Devo querer morrer e querer me ver despida de ego e ostracismo com um rombo no peito numa solidão infame,impotência de não saber viver,condenada sem ver,disfarçada de mansidão,ódio de minhas fraquezas...pedir socorro e...tem,quem tira de mim esse desespero,essa dor infinita e cruel,abandono de deus mais o arcanjo miguel,...sem acerto acerca do que prezo,porrada e fel.Você ao léu,desfiando o el do meu céu,massacrando...me embriagarei de vinho,acordada na rua, no fio da navalha,na noite desvairada,sem chão,sem paz,sem amor,com pena...meu deus o que é feito de mim nessa forma?

05/05/2010

Conto

Conto contigo/você nem se dá conta/você insulta/alma inquieta que nas minhas contas vive áspera/farpa incrédula/saudade do que nem sei,nem vi/condenada a desolação,quando mais parece frustração/jogo de culpa e perda/as minhas costas não suportam,minha espinha está torta/profundo ego cruel e idiota/a serenidade fugiu me deixando alijada e torta,caída,quase morta/coração sem corda ,trancado,incapaz de amar,como se congelado,condenado sem nada pra contar/lamentos tristes abandono,correria,melhor nem pensar/irritação sem razão,sabe-se lá se perdeu a ação em um não/talvez seja bem vinda a solidão como espécie de maldição/aqui escorre meu derrame pelo chão....