22/04/2010

aniversariu rio

Minha casa agora só existe em mim.Voltou a ter a toalha de rosto trocada todo dia,a de banho toda semana, o tapete do banheiro feito de retalho,presente querido de ausência mais querida.Sem chão,sem desejo,talvez ego...já não se acha mais os pertences,filho distante,parede branca,nuvem escura e a cura...a banheira antiga a ser instalada,será?um solar...jardim de inverno...nem lembro...aniversário,um silêncio passado hoje,guardado no presente.Lembro das sensações de festas infantis,com kisuco e bolachas,mãos dadas.Não vejo nada,contas se alargam e nem sequer ou tudo quer se,talvez ter,ser um que de desabafio.Caminhando por meus fios de aparência e silêncio e grito,rosno,mordo,choro.Estranho!estranharei meu vazio de candeeiro queimando a ilusão do algodão com cheiro de querosene.As ruas andam por mim,meus olhos ardem por onde dói a coluna e o cansaço me cobra ânima.Sentada no silêncio,ponho os pés no queixo e assim me deixo até que caia na sua,nua e te vejo em pleno meio eixo do meu beijo.Queria que em minha adaga você penetrasse e que a vida não tivesse desenlace,assim em tua mão eu enxergasse o quão é nosso o compasso,a régua e o cubismo de picasso.

04/04/2010

POEKAOS PSICOPROSORDEL

Invade em mim, antes que tarde seja, a ânsia de clarice lispector, até que venha o
deus..E sinto o guimarães de sol de minha terra sertaneja diadorinhando meu desejo a galope no cavalo ao vento de alceu percorrendo a caatinga no medieval sítio de meu avô.Ora puxando água na cacimba ora desejando mar e camarões.No espelho do céu de pessoa atravesso portugal na fortaleza de meu ceará com minha avó a me interrogar,quando voltará?vendi livros,discos,dormi em colchonetes,fui à canoa de caminhote mutantemente acampando na areia comendo arraia no pastel.Fiz renda de bilro na casa do pescador.Dançando o maracatu atômico no negrume da noite mautniana,caetaniei na dor de sá a solidão da distância dos meus, num quarto cheio da paixão de gh.Noite de tantas baratas que nem dá prá contar...fugi daquele lugar...colei poetas na parede do pensionato,comecei a engordar a me incomodar...e o vinil a ledzeppear.Mais nada é preciso falar,nem viver,só navegar...

03/04/2010

Madrugada

Março passou,o verão fechou e nada terminou... a labuta só começa e a sede de acabar,o visual inadequado a vontade de chutar,mas que balde?de não sair de casa de explicar nada, de temer menos ainda,de criar,crer e até viajar...tudo sem nexo,perplexo e quase sexo.Não se sabe onde ir,gosto de chocolate,dia púrpura escarlate,desaforo enlatado e tudo atrapalhado...ficou doente,médica displicente,remédio incandescente e medo do sonho,da queda de três,quem ele é?na cidade os transeuntes se deparam com a arte contemporânea e o cotidiano nas curvas do cimento de niemeyer,arte moderna,yoko e o youtube.Nem ela vai ao curso de línguas nem dos rios de abril,mas,ainda gosta de apreciar instalações,desafios e nunca mediocridades...no bastidor da madrugada a cortina de insônia,os passos aveludados,o chôro...amanhece.
Pensa em participar de um grupo,em lima no peru,nem sabe mais se o ritmo segue a rima ou o corpo vai no compasso.
A argila de sua natureza que chora e molha e molda e rir,suas ferramentas adormecidas esquecidas e abandonadas,sua arte a mil graus incandescente e craquelada animando seu mundo ...vinhos e especiarias numa noite quase de manhãzinha.