10/06/2012

Açoite

Porque não doçura, o enlace, mas este gosto de abismo que entrelaça com sensação de esmola jogada sem vontade, sem caridade, tenha mais piedade, deixemos a agonia de lado...esse viver com dose de floral para aliviar o mal numa dor que vai e volta. Essa onda na espinha dorsal que chega ao nervo crucial ...o inatingível, o outro que de mim traz o abissal, coisas que não quero sentir nem causar...ah quem dera que a leveza fosse um botão na internet, um mural no Facebook e eu que mal sei ser contemporânea mal consigo ter uma vida em mim nem sequer abrigar das intemperes os que de mim esperam, quem sou para falar com quem sabe, não sou nada ,não sei nada nem nadar, titubear é mais certo que almejar compreensão ou... essa casca de forte, esse não medo de morte, essa tosse, esse coração torpe, sensação de que tudo carece de sorte com essa rima pobre com jeito de falso nobre! E essa vida engavetada, em prateleiras empoeiradas, paredes desbotadas, lágrimas enfileiradas ,vontades encarceradas, alma devastada, confesso não querer ser além de tudo, nada!
         O silêncio açoita meus pensamentos com palavras batendo nas pedras de minha mente explodindo os tímpanos dos transeuntes feito sirene de emergência como leite a escorrer por dentro do sono inocente, causando um desastre como numa enchente.Sei que a caminho do dia volta essa sensação de tudo a escorrer por fora como água quente, quase morna e um sem querer passar as horas na espera que tudo cheire ao  som do telhado na chuva de outrora .Vem repetidamente essas palavras como ondas batendo na praia, sacudir areias em meus ventos, tornando meus dedos rígidos, em mamulengos.
         De amar não sei nada , só um ríspido ar de quem amou quando criança e naufragou. E agora que de mim desdobram-se outros corações, choro com sofreguidão a dor de não sei o que causar quando não há intenção do mais leve ar de compaixão. Sigo ou não, acho que bem rente ao chão a breve certeza de que endureci , revesti com papel negro de seda  as batidas do meu  triste sertanejo coração. Paralisada diante do meu criado muro, esmurro o mundo que criei e mudo.Mudez que trava minhas pernas e faz voar meu sonho de paz cravando um grito de guerra.

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