17/07/2012

Ponto

Já disse, não vou sair
Não quero ir a lugar algum
Já disse, não quero visitas
Não quero ver ninguém

Nem ao trabalho vou me dar o trabalho de ir
Quero hibernar, invernar... com as crianças brincar
Nada mais inventar
Inverno molhado, úmido, ilhado

Chocolatear, pipoquear e filmear, mais nada que me faça pensar
Tenho que observar, deixar a nuvem passar
Um cigarro fumar, um vinho tomar

Ou devo ... acordar, levantar, sair e sei lá
A vida tecer em finos fios e neles labutar
Já são dias passados sem sequer a rotina vigiar

Drumonzinho salve-me de minhas linhas geraizinhas ...
Eu me escondendo de minha dorzinha
Com receio das unhas arranharem as virgulazinhas
Nem sei onde encontrar a exclamação, o parênteses... a penas o final do ponto  para me guiar

Um comentário:

  1. Parabéns! Muito bom seu poema!!! As vezes queremos mesmo um tempo de nossas obrigações... Mas quem dera termos esse tempo. Queremos ter tempo para nossos filhos e não irmos trabalhar, mas se não formos trabalhar pode ser que não podemos lhes proporcionar um tempo agradável. Bela poesia!

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