30/08/2012

Esqueço


Esqueci um jeito de falar
esqueci  palavras de minna infância
O doce pidão olhar
vozes de fim de tarde, esmoleu
com coragem  do escuro, orgulho
Aqui quis inventar um jeito de viver sem lembrar
Quis sem jeito , ficar, vidas confiadas, gerar
Gelada, escaldada, sem vontade de voltar
Fúria abrandada, ancestrais em mim incompreendidos
Muitos risos e perigos
Vontades, bondades, quereres ,nada ensaiei
Fui plantando nas linhas tortas,sem memórias vivas, turvas ou nem mortas
quase sem molduras nem trinco nas janelas, montanhas ,cachoeiras e portas
Fui deixando o frio, as águas, as estações, paisagens ,cheiros,sons, meu barro moldar
Peneirando num jardim de redes, um moinho louco no meu olhar sem lente nem leito, feito lágrima, desaguar
O quanto nadei só eu sei
Mesmo assim vou deixar a vida , meu espírito, desalmar
E em carne viva minha calma dessossar
Para que eu não esqueça que o mundo todo é meu lugar


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